The youth dem call upon the elders of which we seek after”
(Groundation – Freedom Taking Over)
Poderia ter sido escrito ontem. Provavelmente por um gestor profissional. Talvez por um guru, tipo Graham, Fisher ou Buffett. Engraçado. Esse texto foi escrito por meu avô. Provavelmente há 40 anos.
Olha que privilégio que eu tive!
Meu avô nunca estudou economia ou coisa parecida, mas acredito que sabia mais do que muitos ‘’Doutores’’. Estudou e aprendeu sozinho a vida toda. Enquanto muita gente fica à procura de uma rentabilidade de 5% ou 10% a.m., ele sabia que: ‘’as coisas na bolsa dão-se em pleno desacordo com a realidade’’ e sabia que, embora não com essas mesmas palavras, a ação refletia, no longo prazo, o valor intrínseco do ativo subjacente. No curto prazo, ‘’mexericos político-administrativos’’ faziam preço. A aleatoriedade predominava! A ‘’legitimidade’’ da ação vem da capacidade de gerar e reinvestir lucros, o que naturalmente só ocorre ao longo do tempo… Be patient, my friend.
Sem nunca o ter lido, meu avô resumiu o que diria Ben Graham de uma maneira pouco mais sofisticada, ainda em 1934, em seu livro Security Analysis: ‘’In the short run, the market is a voting machine, but in the long run, it is a weighing machine’’ (Tradução livre: No curto prazo, o mercado é uma máquina de votos, no longo, uma máquina de pesos e medidas). Se você lança o dado 1 vez, apostando R$ 10 com um amigo que cairá o número 6, vc terá ~17% de chances de estar certo e ganhar o dinheiro. Dificilmente, no entanto, acertaria o número do dado se o número de vezes em que o dado é jogado aumentasse de modo considerável. Ou seja, ao invés de tentar acertar uma única jogada, tentasse acertar 10 das próximas 30 jogadas. Teria, agora, 1,296% de chances de ganhar a aposta. Quanto maior o número de tentativas, menos a sorte interfere no resultado final. Ficando assim, matematicamente comprovado, que, no longo prazo, de fato, o fundamento (do dado ou de qualquer outra coisa!) prevalece. Para o bem ou para o mal. Money talks, bulshit walks. Não se deixem atrapalhar por… ‘’mexericos políticos’’. Mexericos. Mas que palavra estranha!
Qualquer dúvida, estamos à disposição por meio da caixa de comentário.