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20 de abril de 2021

3 Minutos de leitura

Um ano depois e voltamos para o começo

 

“Tell me your secrets and ask me your questions

Let’s go back to the start

Running in circles, coming up tails

Heads on a science apart”

(The Scientist – Coldplay)

 

Um ano se passou, mas quase nada mudou. Enquanto os casos de Covid19, assim como as mortes pela doença, caíam com o passar do tempo, não por acaso, a sociedade voltava pouco a pouco ao normal. Faço aqui uma mea-culpa. Subestimamos a doença que, depois, mais uma vez, demonstrou-se avassaladora. É triste. Carregamos, cada um de nós, nossa parcela de culpa.

Tentando não me furtar ao que é o meu dever fiduciário, também de magnitude sem precedentes foi o movimento de queda dos mercados na ocasião dos primeiros lockdowns.

Mas por que razão os mercados não caem numa mesma proporção daquela, já que estamos na segunda onda do covid?

1º O risco é conhecido; 2º O problema já foi endereçado com a chegada das vacinas, 3º Conforme já disse no post anterior, a crise ainda está precificada naqueles ativos que dependem da reabertura (varejo físico, shoppings, clínicas de diagnóstico, aviação, etc). Em momentos de crise aguda, caem todos os ativos indiscriminadamente, mesmo aqueles que são favorecidos pela própria “crise” (ecommerce, por exemplo). Talvez por conta das chamadas de margens e desalavancagem dos investidores.

A despeito dos riscos fiscais do país (já pormenorizados em posts anteriores) e da gravidade da crise em que vivemos, ações, portanto, empresas, assumindo que saiam vivas da crise (e essa é uma baita premissa hein!?), têm seu valor atribuído pelo valor de seus fluxos de caixas futuros trazidos a valor presente. Em outras palavras, um ano na vida de uma empresa com lucro 0 significa uma perda de valor da ordem de -6% (compare com o -50% do IBOV em abril de 2020 e perceba a assimetria).

O aumento de Ke (custo de capital próprio) de 1,4%, por outro lado, representa -21% no valor de uma empresa. Este nunca esteve tão baixo! (Compare com o risco e as taxas de retorno exigidas quando o CDI, em tese livre de risco, era 14%).

O mercado tem suas próprias idiossincrasias e na maioria das vezes reage em antecipação aos fatos. Tem uma dinâmica própria.

Ninguém disse que seria fácil.

 

Qualquer dúvida, estamos à disposição por meio da caixa de comentário.

Até a próxima!

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