Uma das coisas mais importantes ao estruturar um portfólio de investimentos é definir os seus objetivos e restrições. Um bom plano de investimento começa em reconhecer esses dois fatores – Objetivos (onde quero chegar) e Restrições (o que não posso fazer). Definir esses elementos é essencial porque sua política de alocação deve se encaixar com eles.

Por exemplo: A carteira de um jovem de 18 anos que pretende ter R$ 10 milhões após 20 anos deve ser diferente de uma em que um idoso de 70 anos precisa de renda mensal para sobreviver. Além do objetivo, as restrições devem ser levadas em consideração: Perfil de risco do investidor – Aguento volatilidade no meu patrimônio?; Terei despesas de curto/médio prazo?; Meu objetivo é acessível ao meu perfil de risco? Um objetivo que deseja um retorno muito grande requer correr maiores riscos; Qual meu horizonte de investimento?

Qual o problema de não ter um plano de investimento sólido?

Sem um plano bem definido, os investidores montam suas carteiras pensando em cada posição isoladamente, focando nos retornos desses ativos de forma separada em vez de focar no retorno do portfólio como um todo. Dessa forma, esse investidor parte para procurar os “melhores ativos do momento” ou os ativos que mais renderam nos últimos meses sem, ao menos, entender se estes ativos são compatíveis com seus objetivos e restrições.

Embora se preocupar com cada investimento isoladamente faça sentido, esse processo pode levar o investidor a adquirir ativos que não sirvam suas necessidades. Como resultado, o portfólio pode ficar demasiadamente concentrado em uma classe de ativos específica ou até ter tantos ativos dentro de uma mesma carteira que fica praticamente impossível de controlá-los. Comumente, esses investidores começam a ter comportamentos equivocados como alocar no “fundo que mais rendeu nos últimos 12 meses”, tentar adivinhar para onde o mercado vai ou reagir a cada notícia nova que sai.

Muitos investidores são guiados pela performance recente dos mercados, aumentando suas exposição às ações quando os mercados estão subindo e diminuindo suas posições quando o mercado está em queda. O bom e velho comportamento de “compre na alta e venda na baixa” fica evidente ao notar o fluxo de capital para os Fundos de Investimento em Ações que mostra o que parece ser uma resposta emocional – medo ou ganância – em vez de uma decisão racional:

Um plano de investimento sólido pode ajudar o investidor a evitar tal comportamento porque ele tem claro na sua cabeça o seu objetivo e o que deve fazer para chegar lá, o propósito do asset allocation, o poder da diversificação e rebalanceamento.

Acreditamos que o investidor deve se esforçar e gastar seu tempo em entender o seu plano de investimento em vez de buscar um novo ativo toda semana conforme as notícias de mercado. Esse simples passo pode trazer um benefício tremendo ao ajudar o investidor a continuar no seu caminho para atingir seus objetivos financeiros.

Texto inspirado no artigo: Vanguard’s Principles for Investing Success.

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Até a próxima.