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8 de abril de 2021

3 Minutos de leitura

Growth x Value Investing

 

“Se os velhos não podem
criar suas rugas
o novo já nasce velho”

(O Rappa – O novo já nasce velho)

 

Muito se fala do rotation de growth investing (empresas insurgentes, newbies, nutela) para value investing (empresas incubentes, mais antigas, raiz). O argumento aqui parece ser o valuation esticado das empresas de alto crescimento contra as empresas com recorrência de receitas, rentabilidade estável e, de certa forma previsível, com menos ativos intangíveis e mais ativos reais.

 

Parece fazer sentido. No entanto, em seu último memo (Something of Value), Howard Marks deixa claro que, se uma empresa é de valor ou de crescimento, a única diferença é a data em que o fluxo de caixa vai entrar. Dessa forma, pouco importa a distinção. Pouco importa a classe de ativos. O importante é se o ativo gera ou não caixa. Importa, portanto, se o negócio é bom ou não!

É válido notar, também, o seguinte: Quanto menores as taxas de juros maior o valor presente dos fluxos de caixa futuros. Assim sendo, maior o valor de mercado de empresas que faturam pouco agora, mas que têm promessas de faturar mais no futuro. Por isso vemos valuations tão esticados mundo a fora. No Brasil inclusive! O que pode ser justificado se: a) as companhias entregarem o que está embutido no preço e b) as taxas de juros permanecerem nesse patamar por muito mais tempo.

Empresas de alto crescimento precisam, quase sempre, de novas injeções de capital, dado que a operação não gera caixa no início. Com a liquidez global beirando níveis absurdos, fica fácil para um Softbank tomar recursos e manter o negócio em pé… O que não aconteceria em um cenário de iliquidez e juros mais altos!

Assim sendo, o call “secular” para o value raiz, me parece um call também pró-inflação e uma ideia de que o juros, no médio/ longo prazo, será maior.

Boas empresas, com pricing power (que consigam repassar preços), sem produtos substitutos imediatos, independentemente da data em que o fluxo de caixa vá entrar, tendem a dar certo, independente do cenário. Se o novo vai ser reflexo do passado ou se vai ser algo diferente do que estamos habituados a ver… Ninguém sabe. É bom sempre estar preparado.

 

Qualquer dúvida, estamos à disposição por meio da caixa de comentário.

Até a próxima!

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